AdrianaMarassi - Atualizado em - segunda,11/03/2009

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QUANDO A FANTASIA SE CONFUNDE COM MENTIRA

A fantasia e a mentira têm o mesmo endereço, mas propósitos diferentes.

 

De acordo com o dicionário Howaiss, mentira significa “dizer, afirmar ser verdadeiro (aquilo que se sabe falso); dar informação falsa (a alguém) a fim de induzir ao erro, não corresponder a (aquilo que se espera); falhar, faltar, errar, causar ilusão a; dissimular a verdade; enganar, iludir, não revelar; esconder, ocultar”. Também conforme o mesmo dicionário, fantasia é a capacidade de criar pela imaginação, coisas puramente ideais ou ficcionais.

QUANDO A FANTASIA SE CONFUNDE COM MENTIRA

A fantasia e a mentira têm o mesmo endereço, mas propósitos diferentes.

 

De acordo com o dicionário Howaiss, mentira significa “dizer, afirmar ser verdadeiro (aquilo que se sabe falso); dar informação falsa (a alguém) a fim de induzir ao erro, não corresponder a (aquilo que se espera); falhar, faltar, errar, causar ilusão a; dissimular a verdade; enganar, iludir, não revelar; esconder, ocultar”. Também conforme o mesmo dicionário, fantasia é a capacidade de criar pela imaginação, coisas puramente ideais ou ficcionais.

 

A cronologicamente, a mentira é tão antiga quanto o próprio homem. No caso das demais espécies, não há um correspondente à mentira, mas sim, artifícios do instinto animal para defender-se, para alimentar-se, enfim, para sobreviver. Tratando-se da espécie humana, a mentira é decorrente da certeza de uma vantagem que será obtida a curto ou médio prazo. Para o psicólogo Juarez Chagas, isto significa que, “a mentira é um comportamento tipicamente humano”.

 

No caso da fantasia, há uma ligação mais ideal, de sonhar em alcançar determinado objetivo sem necessariamente enganar o outro. Neste caso, há uma perspectiva de realização de um projeto pela sua projeção antecipada na mente. Em princípio, a mentira é um elemento ausente na fantasia. Mas em alguns casos pode haver uma confusão entre elas ou uma confluência de uma (fantasia) na outra (mentira) na medida em que, se um desejo projetado na mente não é plenamente satisfeita na realidade, alguns indivíduos tendem a transformar esta frustração em uma verdade que não existe no mundo real. “Apesar de terem o mesmo endereço, o propósito de cada uma é diferente. O indivíduo por receio ou vergonha da opinião da sociedade (amigos, família, emprego), divulga feitos que não fez e fatos que não aconteceram”, acrescenta Juarez.

As raízes da fantasia e da mentira

Ambos os comportamentos têm suas raízes já na infância, que podem ou não perdurar e atravessar as demais fases da vida do indivíduo – adolescência e fase adulta -. Na infância, a criança costuma fantasiar amigos imaginários como companheiros de brincadeiras, que por volta dos cinco anos, normalmente vão deixando para trás.  No caso da mentira, mesmo que a criança tenha uma educação familiar de não mentir, na maioria das vezes ela o faz em função da fase lúdica de compreensão do mundo em que ainda se encontra.  Quando seus desejos de brincadeira constante são negados, quando ela começa a conviver com os primeiros “nãos” ou quando são repreendidas pelo que fazem, então, geralmente mentem para ter a oportunidade de brincar com um coleguinha que não é benquisto pela sua família ou sobre ter realizado a tarefa de casa para assistir ao seu desenho favorito.

Para o psicólogo, é nesta fase de identificação das primeiras mentirinhas inocentes que a família deve enfatizar de maneira educativa o hábito de falar a verdade. E para que isso aconteça, a criança deve vivenciar o exemplo já dentro de casa, pois com o passar do tempo, ela percebe que está sendo orientada de uma forma, mas na prática, acontece o contrário, favorecendo o hábito da mentira como algo natural.

“Na adolescência e na fase adulta, quando o ser humano já tem a exata noção de seus atos, a mentira é corriqueiramente dita para barganhar algo em seu favor ou para livrar-se de situações adversas e até mesmo por questões se inveja”, esclarece o psicólogo.  

A mentira transforma-se numa patologia, ou seja, numa conduta doentia, quando ela começa a ser usada intencionalmente, com o objetivo de prejudicar ou sabotar os planos de alguém. Em um estágio mais avançado, ela também faz com que a pessoa crie o hábito de falar sozinha sem se dar conta. “E quando chega nesses pontos críticos – de prejudicar alguém e/ou falar sozinha -, o indivíduo necessita de tratamento terapêutico”, ressalta Juarez.

Lobo Frontal – o endereço da mentira

Psicólogos, neurologistas e neurolinguistas ao redor do mundo chegaram a um consenso a respeito de onde reside a mentira. O cérebro tem duas metades chamadas hemisférios, e cada hemisfério é dividido em quatro lobos: frontal, parietal, temporal e occipital. Cada lobo é responsável por um grupo específico de funções. E é no Lobo Frontal, o lugar do cérebro onde realizamos tarefas a partir de determinadas estratégias, pois é esta região que dá partida para os nossos gestos, estando ligado ao que chamamos de iniciativa e de motivação. Essa região nos permite organizar uma seqüência lógica para resolvermos um determinado problema.

O Lobo Frontal está ligado à fixação da atenção, à capacidade de percebermos com crítica a coerência dos nossos atos, além de controlar impulsos que executam nossos comportamentos sociais e sexuais.

Um dos tipos de neurônio mais fácil de se identificar é o neurônio “ piramidal “ das áreas motoras do Lobo Frontal. Eles são nossos maiores neurônios, não só pelo tamanho do seu corpo celular, em forma de uma pirâmide, como pelos seus axônios que, a partir do cérebro, se estendem por mais de um metro até atingir as porções anteriores da medula espinhal. E é no Lobo Frontal esquerdo está situada a famosa área de broca que é sede da expressão da linguagem falada e a capacidade de escrever. Havendo lesões deste Lobo, ocorrem desatenção, perversão, o indivíduo se torna repetitivo, sua conduta passa a ser freqüentemente anti-social, sua personalidade se altera, às vezes ele passa a ser jocoso ou inconseqüente por não perceber sua inconveniência e não ter crítica dos seus próprios erros.

Juarez diz que “uma das particularidades dignas de nota do cérebro humano é justamente o desenvolvimento dos lobos frontais (parte do nosso cérebro que controla as condutas de relacionamentos com os nossos semelhantes e onde reside o raciocínio), muito menos evoluídos nos macacos e insignificantes em outros mamíferos. Trata-se da parte do cérebro que mais se desenvolve depois do nascimento”. As partes superiores do cérebro são hoje tidas como centros reguladores das características mais elevadas do comportamento, como o senso de ética, a capacidade de antecipar o futuro e a responsabilidade.